segunda-feira, 15 de março de 2010



O vermelho

Universalmente considerado símbolo fundamental do princípio da vida, com sua força, seu poder e seu brilho, o vermelho, cor do fogo e do sangue, pertence à eternidade dos afetos e sensualidade feminina.

O vermelho-claro é diurno, macho, tônico, incitando a ação assim como o sol, com sua força e brilho sobre todas as coisas.



O vermelho escuro, ao contrário, é noturno, fêmea, secreto e em última análise centrípeto; representa não a expressão mas os mistérios da vida. Ele seduz, encoraja, provoca, é o vermelho das bandeiras, dos cartazes das embalagens publicitárias; o outro alerta, detém, incita à vigilância e no limite, inquieta; é o vermelho dos sinais de trânsito, luz vermelha de proibição no cinema, sala de cirurgia, etc. É também a antiga lâmpada vermelha das casas de tolerância (prostíbulos), o que poderia parecer contraditório, pois, ao invés de proibir, elas convidam; mas não o é, quando se considera que esse convite diz respeito à transgressão da mais profunda proibição da época em questão a proibição lançada sobre pulsões sexuais, a libido, os instintos passionais.

Este vermelho noturno é a cor do fogo central do homem e da terra, o ventre e o atanor (forno) do alquimista onde pela obra em vermelho se opera a digestão, o amadurecimento, a geração ou regeneração do homem ou da obra. Os alquimistas ocidentais, chineses e islâmicos utilizam o sentido do vermelho de um modo idêntico ao enxofre vermelho dos árabes, que designa o homem universal. O mesmo se dá ao arroz vermelho dos chineses, que é também o fogo ou sangue do atanor ao qual se transforma para simbolizar a imortalidade.

O vermelho sagrado e secreto é o mistério vital escondido no fundo das trevas e dos oceanos primordiais. É a cor da alma e do coração, a cor da ciência e conhecimento esotérico. Nas lâminas do Tarô, o Eremita, o Papisa, a Imperatriz usam uma toga (túnica) vermelha sobre um manto azul: os três, em graus diferentes representam a ciência secreta.



Este vermelho noturno é somente visto no curso da morte iniciatória onde adquire valor sacramental. Os oceanos Purpúreos dos gregos e o Mar Vermelho estão ligados ao mesmo simbolismo: representam o ventre, onde morte e vida se transmutam uma a outra. Iniciático, o vermelho sombrio tem significado fúnebre: a cor púrpura, segundo Artemidorus, tem relação com a morte.

Este vermelho quando concentrado significa vida e quando espalhado implica em morte. O sangue que deitam fora é impuro, ao passar da noite uterina ao dia, ele inverte sua polaridade e passa do direito ao esquerdo. As mulheres menstruadas são intocáveis em numerosas sociedades. Em muitas delas, elas são obrigadas a realizar um retiro purificador antes de se reintegrar à sociedade ao qual foram temporariamente excluídas.

O vermelho vivo, diurno, solar, centrífugo, incita à ação; ele é a imagem de ardor e beleza, de força impulsiva e generosa, de juventude, saúde e riqueza... riqueza de vida e amor. É o símbolo da vitalidade: A pintura vermelha diluída em óleo vegetal tem poder vitalizador; as mulheres na África usam seu corpo e rostos pintados da cor vermelha nas vésperas de seus casamentos ou depois do nascimento de seu primeiro filho.

Ela tem o poder de despertar forças e alimentar desejos. Torna o ambiente mais quente e confortável.

É a cor guerreira, que é muito encontrada na guerra pela devastação das armas de fogo e pelo sangue, é também da cruz vermelha salvadora e do alerta, é incitadora de atenção, sempre inquieta e de destaque. Cor do inferno e seu fogo intenso, assim como a cor do demônio e suas tentações.


O vermelho e o branco são as duas cores consagradas a Jeová como Deus. Não há povo que não tenha expressado, a sua maneira, todo o poder e fascinação desta cor que leva em si, intimamente ligados, os dois mais profundos impulsos humanos: ação e paixão, libertação e opressão; isso as bandeiras que tremulam ao vento do tempo o provam.

Vinde e discutamos, diz Jeová,
Quando os vossos pecadores forem como o escarlate
Como neve eles embranquecerão,
Quando eles forem vermelhos como a púrpura,
Como lã tornar-se-ão.

É a cor empregada para identificar e distinguir equipamentos de proteção e combate a incêndio ou sua localização, inclusive portas de saída de emergência. Nestes casos ela nunca deve ser usada para assinalar perigo e sim advertir.

Ela também é utilizada em sinais de parada obrigatória e de proibição, bem como nas luzes de sinalização de tapumes, barricadas, etc., e em botões interruptores para paradas de emergência.

O vermelho é a cor do coração, do amor e calor sentimental. Os lábios vermelhos trazem a sensualidade e as rosas, como presente, representam o amor em seu ambiente calórico.

A pimenta mostra ser mais picante quando sua tonalidade se mostra viva e forte.

Ela simboliza maior vínculo afetivo, grande profundidade nas relações e efervescência.


O vermelho, por ser uma cor estimulante, é a cor que chega mais rápido aos olhos. As crianças tendem a ser atraídas por essa cor e estimuladas pela mesma.

No Japão as mulheres usam, em sua maioria, vestes vermelhas que representam fidelidade, sinceridade e felicidade. Os recrutas usam cintos vermelhos em sua partida para simbolizar a fidelidade a pátria. De acordo com escolas xintoístas, ela é uma cor de harmonia e expansão. Quando se comemoram um aniversário ou sucesso em um exame, colore-se o arroz de vermelho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário